Um dia depois de falar e considerar o “ressurgimento” de pelo menos três ministérios (Cultura, Esportes e Pesca), Jair Bolsonaro recuou e afirmou que não disse o que disse. E até condicionou as recriações dessas pastas às vitórias de seus candidatos no Congresso, que despontam como favoritos.
O presidente disse o seguinte ontem, em evento público e transmitido em redes sociais. “Se tiver um clima no Parlamento, pelo o que tudo indica as duas pessoas que, né (deputado) Luis Lima, que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios”, disse Bolsonaro.
Neste sábado, o presidente veio com outra conversa. “Não tem recriação de ministérios. Eu elogiei os três secretários, que fazem um brilhante trabalho. Eles mereciam ser ministros. Não é criar ministério, como daria a entender, para negociar com quem quer que seja”.
Os três elogiados que “mereciam ser ministros” são os atuais secretários Mário Frias, da Cultura; Marcelo Magalhães, do Esporte; e Jorge Seif, da Pesca, que aparece com frequência nas lives do presidente.
O anúncio feito ontem por Bolsonaro de sua disposição em recriar ministérios repercutiu muito mal. Em sua campanha eleitoral, ele atacou o excesso de pastas e associou a criação dessas estruturas e cargos à voracidade do Centrão, que hoje sustenta e apoia seu governo.