O presidente da República, Jair Bolsonaro, utilizou nesta terça-feira, dia 23, a cadeia nacional de rádio e televisão para mostrar que agora é um entusiasta da vacinação contra Covid-19 no país. “Vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus”, afirmou ele, numa iniciativa para melhorar a imagem do seu governo em relação ao combate à pandemia de Covid-19. “Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população”, acrescentou.
O pronunciamento ocorre no mesmo dia em que o país bateu o recorde absoluto de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia em 2020 – 3.251 mortes registradas nas últimas 24 horas -; e foi acompanhado por intensos “panelaços” ocorridos em diversas partes do país.
No discurso, Bolsonaro procurou rebater as críticas de que a sua gestou falhou no planejamento e coordenação das ações contra a Covid-19. “Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina desde que aprovada pela Anvisa”, disse ele hoje, citando acordos firmados entre o governo federal e fabricantes de vacina desde julho de 2020. No fim do ano passado,
Ocorre que, até fechar o contrato com o Instituto Butantan no fim de 2020, o presidente sempre se posiciono contrário à Coronavac, que é produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac e é atualmente a mais aplicada nos brasileiros. Em outubro de 2020, o presidente chegou a desautorizar publicamente o ministério da Saúde a comprar o imunizante pelo fato de ainda não ter o aval da Anvisa. Neste ano, em meio à fase mais crítica da doença, o governo fechou contratos para adquirir as vacinas russa Sputnik e a indiana Covaxin, mesmo sem a aprovação da agência reguladora.
Diante dos sucessivos recordes de mortes e contágio e da lentidão na vacinação, o presidente passou a ser pressionado pela cúpula do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, dos governadores e da elite econômica do país a mudar de postura em relação à pandemia.
Nesta terça-feira, dia 23, ele também formalizou a substituição do general Eduardo Pazuello pela do médico Marcelo Queiroga no comando do ministério da Saúde.