Antigos aliados de Rodrigo Maia no DEM viram sua entrevista como um sinal de desespero. O ex-presidente, na avaliação desses quadros do partido, mostrou que está sentindo o golpe de ter voltado para a planície.
A narrativa de “traído” serve a dois propósitos de Maia: justificar sua saída do partido e acobertar a parte mais feia da derrota sofrida para Arthur Lira.
“Lira não precisou do ACM Neto ou da cúpula do partido para conquistar votos e derrotar o Maia. A verdade é essa e o próprio Maia sabe disso. Agora, ele precisa dessa narrativa do traído para tentar se reconstruir”, diz um cacique da sigla.
ACM Neto, como o Radar mostrou no mês passado, estava, de fato, inconformado com a postura de Maia no processo sucessório da Câmara. A derrocada de Davi Alcolumbre no STF foi colocada por Neto na conta de Maia, que não desistiu abertamente da reeleição. Daí a dar uma rasteira em Maia, como o ex-presidente faz crer na entrevista ao Valor, há uma distância.
“Tudo que o Neto fez nesse processo da Câmara foi dar conforto ao Maia. E ele envolve meteu família no meio ao dar essa entrevista”, diz um deputado.