O sistema de Justiça no Brasil vive um momento de transição e inovação com a realização do congresso promovido pelo TRE-PR, evento que reúne juízes, servidores e especialistas para debater os impactos da inteligência artificial no Judiciário. A proposta vai além de teoria: busca examinar como ferramentas tecnológicas podem alterar rotinas, acelerar processos e trazer mais eficiência ao trabalho judicial. A expectativa é de que o encontro motive reflexões profundas sobre o papel da tecnologia em um setor tradicionalmente rígido. Ao abordar desafios e soluções, o congresso coloca em pauta não apenas inovação, mas também ética, transparência e modernização institucional.
Durante os dias reservados ao evento, serão apresentadas experiências já em curso dentro do Tribunal, assim como cases de outros órgãos do Judiciário. Essas demonstrações visam mostrar que a adoção da inteligência artificial não é um futuro distante, mas uma realidade possível e presente. A troca de práticas, debates sobre implementação e trocas de perspectivas entre servidores e gestores proporcionam um panorama rico sobre os benefícios e os cuidados necessários na adoção de novas tecnologias. Esse diálogo interno fortalece a ideia de que o Judiciário pode acompanhar os avanços tecnológicos sem perder sua essência institucional.
A agenda do congresso contempla discussões sobre uso ético, regulação, adaptação de sistemas de trabalho e impacto social da automação de tarefas judiciais. Trata‑se de um momento de balanço entre modernização e responsabilidade, em que a instituição questiona como incorporar a inteligência artificial sem comprometer princípios fundamentais como imparcialidade, justiça e respeito aos cidadãos. A reflexão coletiva busca garantir que a tecnologia esteja a serviço do direito, e não o contrário — preservando a dignidade do processo e a confiança da sociedade.
Outro ponto importante é a necessidade de preparar servidores e magistrados para esta nova realidade. A adoção de tecnologia requer formação, capacitação e adaptação de rotinas: saber lidar com novas ferramentas, administrar dados com segurança e compreender os limites do uso da IA no Judiciário. Essa transição depende de investimento humano e institucional, de compreensão do papel social da Justiça e de responsabilidade na implementação de inovações. A medida tende a transformar a estrutura de trabalho e a cultura dentro dos tribunais, abrindo caminho para um Judiciário mais dinâmico e eficiente.
Do ponto de vista institucional, o congresso representa um marco simbólico — indica disposição de modernização por parte do Tribunal e um esforço para alinhar práticas à contemporaneidade. Em um país onde demandas por rapidez, transparência e acessibilidade são cada vez maiores, adotar inovação tecnológica aparece como alternativa para atender melhor às expectativas da sociedade. Com a integração entre tecnologia e poder Judiciário, abre-se a possibilidade de tornar procedimentos menos burocráticos, agilizar decisões e oferecer um serviço público mais acessível.
Para a população, os benefícios podem se refletir em decisões mais céleres, menos acúmulo de processos e maior clareza nos procedimentos. A automação de tarefas repetitivas, quando bem feita, reduz atrasos e libera recursos humanos para atividades mais analíticas e de maior valor. Isso pode aumentar a confiança no sistema judicial e tornar o acesso à Justiça mais eficiente e democrático. A iniciativa pode representar um passo importante rumo à modernização real da Justiça no Brasil.
Mas o caminho requer cautela. A introdução de inteligência artificial em decisões judiciais ou na gestão processual levanta questões sobre proteção de dados, segurança, transparência dos algoritmos e controle de eventuais falhas. É essencial que o uso de tecnologia seja acompanhado de regulamentação clara, supervisão constante e compromisso com a imparcialidade. A responsabilidade é grande, pois decisões judiciais envolvem vidas, direitos e garantias fundamentais — não bastam automatismos sem governança e ética.
O congresso promovido pelo TRE-PR pode, portanto, abrir uma nova era no Judiciário brasileiro, onde tradição e inovação caminhem juntas. A abertura para debater, experimentar e planejar o uso da inteligência artificial com seriedade e compromisso institucional marca um passo importante para transformar o sistema judicial. Resta acompanhar se, além das ideias, virão ações concretas que garantam eficiência, justiça e modernização real para cidadãos e servidores.
Autor: Liam Smith

