O ex-policial Penal Jorge Guaranho, acusado de assassino do guarda municipal Marcelo Arruda, obteve liberdade nesta quinta-feira (12) por meio de um habeas corpus. A decisão permite que o Guaranho cumpra sua pena em prisão domiciliar, sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
A informação sobre a divulgação foi divulgada pelo advogado do Guaranho, Samir Mattar Assad. O ex-policial foi detido no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O crime ocorreu em 9 de julho de 2022, quando Arruda comemorou seu aniversário em uma festa temática do PT, momento em que Guaranho invadiu o evento gritando palavras de apoio a Bolsonaro e atirando contra a vítima.
A defesa de Guaranho argumentou que a prisão domiciliar era necessária para que ele pudesse receber tratamento médico, uma vez que o réu apresentasse sequelas graves
A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná foi responsável pela decisão, que foi transmitida ao vivo pelo YouTube. A assistência de acusação, por sua vez, expressou sua insatisfação com a decisão, afirmando que a família de Marcelo Arruda está angustiada pela falta de justiça e pela ausência do réu em um regime de pena mais severo.
Os advogados da acusação manifestaram um “sentimento de tristeza” diante da decisão, ressaltando a dor da família da vítima, que ainda lida com a perda. Eles esperam que o Guaranho cumpra as condições impostas pelo tribunal e compareça ao julgamento marcado para fevereiro de 2025.
O júri de Jorge Guaranho foi remarcado para os dias 11, 12 e 13 de fevereiro de 2025, em Curitiba. A juíza responsável pelo caso, Mychelle Pacheco Cintra Stadler, determinou que pelo menos 12 testemunhas serão ouvidas durante o julgamento. O Ministério Público do Paraná planeja pedir a relatórios do relatório por homicídio duplamente atualizado, considerando a motivação política como um fator relevante.
A acusação alega que Guaranho invadiu a festa de Arruda, proferindo ameaças e disparando a arma, ou que foi descoberto na morte da guarda municipal, que também estava armado e treinado para se defender. A defesa, por outro lado, nega a motivação política e argumenta que Guaranho agiu em defesa legítima.
Além disso, Guaranho foi demitido do cargo de policial penal por infrações disciplinares relacionadas ao uso de sua arma em um crime. A Advocacia-Geral da União também anunciou um acordo para indenizar a família de Marcelo Arruda em R$ 1,7 milhão, valor que será pago pela União.