De acordo com o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio da Pimentel & Mochi Advogados Associados, a recuperação judicial é mais do que um procedimento legal: é um instrumento estratégico que exige planejamento, credibilidade e, principalmente, transparência. Tendo isso em vista, no atual cenário empresarial, a comunicação clara e honesta com credores, colaboradores e o Poder Judiciário tornou-se um dos pilares da confiança e da efetividade do processo de reestruturação.
Aliás, a transparência não apenas fortalece a imagem institucional da empresa em recuperação, mas também viabiliza a negociação justa de dívidas e a continuidade das atividades econômicas. Interessado em saber mais sobre a importância da transparência na recuperação judicial? Acompanhe, a seguir.
Por que a transparência é um requisito essencial na recuperação judicial?
A Lei 11.101/2005 estabelece princípios que orientam o processo de recuperação judicial, como o equilíbrio entre interesses e a preservação da atividade empresarial. No entanto, como destaca o Dr. Lucas Gomes Mochi, a efetividade desses princípios depende diretamente de uma postura transparente da empresa em crise.
Durante o processo, o devedor deve apresentar dados financeiros precisos, relatórios contábeis auditados e projeções realistas, além de manter um canal de comunicação aberto com todos os envolvidos. Pois, quando isso ocorre, há maior credibilidade na proposta de recuperação, o que aumenta as chances de aprovação do plano pelos credores e de homologação judicial.
Portanto, a omissão ou distorção de informações pode gerar desconfiança, impugnações processuais e até a convolação em falência, conforme frisa o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel. Por isso, a transparência é uma ferramenta de sobrevivência, não apenas uma formalidade.
Como a transparência influencia a relação com os credores?
A confiança dos credores é construída ao longo do processo, especialmente nas fases de apresentação do plano e das negociações. Desse modo, empresas que adotam uma conduta transparente tendem a ser vistas como parceiras comprometidas com a superação da crise, e não como devedoras oportunistas.

De acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi, a comunicação constante e objetiva com os credores permite esclarecer dúvidas, corrigir percepções distorcidas e reforçar o propósito de pagamento equitativo. Além disso, essa postura contribui para um ambiente mais colaborativo, onde os credores sentem segurança para aceitar prazos mais longos ou deságios. Logo, o diálogo franco é um diferencial competitivo no processo de negociação, especialmente quando há múltiplos interesses e classes de crédito envolvidas.
Quais práticas reforçam a transparência no processo de recuperação?
A adoção de práticas claras, documentadas e acessíveis é uma exigência para quem deseja um processo bem-sucedido. Tendo isso em vista, algumas iniciativas fazem diferença nesse sentido:
Organização documental robusta: manter em ordem contratos, balanços, registros fiscais e demonstrações contábeis aumenta a confiança no plano.
Relatórios periódicos à Justiça e credores: fornecer atualizações sobre o andamento da recuperação demonstra comprometimento com o cumprimento das obrigações.
Canais diretos de comunicação: dispor de meios formais para esclarecer dúvidas dos credores, como e-mails institucionais ou reuniões periódicas, amplia a credibilidade.
Conduta ética e previsível: cumprir prazos, evitar contradições públicas e manter coerência entre discurso e prática preservam a reputação da empresa.
Essas práticas funcionam como âncoras que sustentam a imagem de seriedade e responsabilidade, tanto no Judiciário quanto no mercado.
O impacto da transparência na reputação empresarial
Um dos maiores temores dos empresários ao ingressar com pedido de recuperação judicial é o possível desgaste da imagem da empresa. Entretanto, como pontua o sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, a transparência pode transformar essa narrativa negativa em uma oportunidade de fortalecimento da marca.
Já que ao adotar uma postura transparente, a empresa demonstra maturidade na condução de seus negócios e respeito aos compromissos assumidos. Isso transmite uma mensagem de responsabilidade e profissionalismo ao mercado, o que pode preservar ou até melhorar as relações com clientes, fornecedores e investidores. Portanto, estratégias de comunicação bem conduzidas durante o processo podem reduzir os impactos reputacionais e reforçar a confiança do público externo.
A transparência como um ativo estratégico da recuperação judicial
Em síntese, a transparência no processo de recuperação judicial é um ativo indispensável para a credibilidade da empresa em crise. Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, ela promove confiança entre as partes envolvidas, facilita a negociação com os credores e contribui diretamente para a aprovação e cumprimento do plano. Assim sendo, essa conduta fortalece não apenas a imagem institucional, mas também a própria sustentabilidade do negócio. Desse modo, é por meio de uma comunicação responsável que se constrói uma recuperação judicial eficaz, ética e com resultados duradouros.
Autor: Liam Smith